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domingo, 12 de julho de 2009

Alex Buck: “ O importante é não desistir! É arrumar novas frentes”

Sexta-feira, 19h00.Noite fria na paulicéia, veículos apressados e mulheres elegantes transitavam pela rua Joaquim Floriano e um intenso movimento de ônibus e automóveis pela região. Um pouco mais adiante, na esquina com a Bandeira Paulista, um prédio bem iluminado, cercado de seguranças que mediam de cima abaixo quem circulasse pelo espaço.

Alguns minutos depois, o celular do repórter toca.Ao ler o número no identificador de chamadas, é o pianista, baterista, compositor Alex Buck,29,que aguardava à porta da livraria saraiva do espaço knoplex no Itaim Bibi em São Paulo.

Alex tem dois discos solos gravados – Luz da Lua (2005) e Irmãos de Som (2008) – além do Trocando Idéias (2005) , em parceria com o guitarrista e compositor Michel Leme e Resistindo (2003), em parceria com Silvia Goes.

O baterista já acompanhou grandes nomes da Música Popular Brasileira como Dominguinhos, Yamandú Costa, Jair Rodrigues, Jane Dubock, Fabiana Cozza, Arismar do Espírito Santo, Filó Machado, Germano Mathias.Guilherme Vergueiro, Raul de Souza, Heraldo do Monte e Naylor Proveta e Sandro Haick.Alex estuda composição erudita com Marcus Siqueira desde o início deste ano e ministra aulas particulares de bateria.

Começo

Buck começou a sua iniciação musical aos 6 anos de idade no Centro Livre de Aprendizagem Musical – CLAM, escola dirigida pelo grupo de música instrumental Zimbo Trio, e através do seu tio, André Buck, baterista ,começou a tocar bateria aos 11 anos de idade.

A partir dos 14 anos de idade, Alex começou a levar mais a sério os estudos de bateria e foi premiado na sua participação aos 17 anos de idade no “Festival Batuka”, considerado o maior concurso de bateristas do país realizado em São Paulo . A partir do festival , o baterista adquiriu mais confiança em continuar os estudos do instrumento.

Pérsio Sapia, baterista do grupo Triálogo, foi seu primeiro professor de bateria no CLAM e para a continuidade de seus estudos do instrumento percussivo, indicou Cuca Teixeira onde estreitaram mais os laços de amizade após Alex começar a freqüentar o Sanja Bar e conheceu artistas como o guitarrista Michel Leme e o contrabaixista Thiago do Espírito Santo.

“ O Sanja Bar foi a minha faculdade de música”, disse Buck.


Após se conhecerem no Sanja, Thiago e Alex passavam horas tocando juntos e estudando música. O baterista e o contrabaixista tem a mesma idade e foi um fator importante para o seu próprio amadurecimento musical. Na opinião de Buck esse tempo de estudo e relacionamento é um processo muito importante na formação musical para conhecer melhor o som e as técnicas do colega de profissão.

Durante a entrevista, Buck fez questão de mencionar a nova geração de músicos onde conhecem bem o instrumento, tem habilidade, mas tem dificuldade em ouvir e conhecer melhor o som do parceiro. “Pra isso, deve existir a conversa musical e a conversa dialogada, onde acaba adquirindo um amadurecimento”, disse o baterista.

“ tocando e estudando e ganhando um dinheirinho honesto”, disse Buck.


Circuito e desabafo

Alex Buck toca em alguns restaurantes e o único lugar, dentro do circuito da música instrumental de São Paulo onde toca com prazer é no Jazz nos Fundos.Segundo o baterista o espaço é o único local onde o músico é prestigiado.

“ A maior cidade da América Latina, onde o dinheiro rola solto, há uma maior sacanagem com o músico,a estrela da noite, que é o operário da música, não ganha nada!”, disse o baterista.

Segundo Buck, 90% dos bares onde é cobrado o couvert artístico não pagam o que o músico merece. “ É um absurdo”, disse o baterista e pianista.

Novas buscas

Alex sempre quer melhorar como músico e é um processo contínuo.”até o final da minha vida vou querer estudar” declara o baterista.

As novas frentes que ele se refere são: Piano Erudito, música erudita. Alex sempre ouviu, mas teve pouco contato com a linguagem da música erudita. Seu desejo para aprender a tocar com orquestra é latente e faz questão de pesquisar, estudar, buscar informações sobre novas influências.

Na visão de Buck há uma separação entre o popular e o erudito cujo significado é erudição. A música erudita, para o baterista, há aspectos metalingüísticos singulares onde é preciso ter o conhecimento.

Educação musical

Durante a entrevista, a reportagem do Paulicéia do Jazz perguntou para Alex sobre os cursos de apreciação musical que estão sendo bastante enfatizados nesses últimos cinco anos e qual a sua opinião. O baterista responde:“É fundamental !”.

Buck e autor do curso ”Bateria Brasileira: um século de história”. As turmas são de 3 a 6 alunos e o curso abrange a história da bateria e de seus expoentes no país. Doze bateristas são estudados durante o período, onde é discutida a biografia e a discografia.

Cada aula, com duas horas de duração, é sobre um baterista.Segundo Alex, o aluno terá uma descrição detalhada sobre o instrumento, instrumentista, grupos e parcerias.Destaque para estudos dirigidos sobre as grandes parcerias musicais. O curso é aberto para qualquer músico. Logo, o foco principal, na visão de Buck, é o baterista.

“ É importante consolidar essa história”, disse Alex sobre a importância do registro desses nomes importantes da Música Nacional e a falta de registros documentais sobre cada fase áurea dos grandes instrumentistas brasileiros.

Quem quiser mais informações sobre as aulas especiais com Alex Buck,escreva para:

contato@alexbuck.com.br

www.myspace.com/alexbuck

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