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terça-feira, 28 de julho de 2009

Lupa : aprender violão na marra, heavy metal,rock, fusion e jazz

Quinta-feira, 17h30.Chuva, trânsito e pistas escorregadias, metrô em velocidade reduzida, guarda-chuvas e o início de noite em São Paulo. Uma caminhada pelas travessas da Avenida Paulista e ao chegar no edifício atibaia, localizado numa rua paralela a duas quadras do principal corredor financeiro paulistano, o guitarrista, arranjador e produtor musical Lupa Santiago estava a espera da reportagem de Paulicéia do Jazz para um entrevista em seu confortável apartamento.


Receptivo, Santiago abre as portas de seu apartamento para o repórter e, como todo o bom paulistano e morador de um dos maiores pontos de congestionamento da cidade, começa a falar sobre o trânsito, sobre a loucura de usar o automóvel em São Paulo e depois um pouco mais sobre algumas coisas que acontecem na cidade.

Durante a entrevista, o guitarrista fala sobre iniciação musical, estudos e apresentações.Lupa tem 9 discos gravados: 6 autorais e um com Robson Fernandes, Words Together e Colagens com MC4+ e recebeu indicações para o Grammy Latino com o trabalho Images (2001).


Começo e estudos


Lupa decidiu estudar música por conta própria. Sua mãe,forçosamente, comprou um violão e começou os estudos. Dos doze aos quatorze anos começou a tocar guitarra e juntamente com seus amigos criaram o Battle, uma banda de Heavy Metal onde abriu o show da banda sepultura. Já, com 17, o guitarrista teve uma participação com a banda Letal, com características mais voltadas para o Rock Nacional e tiveram a oportunidade de abrir o show do Lobão.

Aos 18 anos começou a fazer aulas com o guitarrista Pollacco e começou a conhecer novos estilos musicais como o fusion. Quando completou 20 anos, Santiago foi para os EUA a fim de aperfeiçoar seus estudos de música. Primeiro em Los Angeles , no Musicians Institute (GIT), depois na Berklee College of Music e no Boston Conservatory até os seus 27 anos de idade e tem a oportiunidade de conhecer outros músicos brasileiros e aprender um pouco mais sobre Música Brasileira e Jazz.



Retorno e festivais

Após completar a graduação e mestrado em solo americano, Lupa volta ao Brasil e participa com seus colegas de Berklee dos grupos Sinequanon,Regra de Três e MC 4+ onde a cada quatro vezes por mês ele faz apresentações com esses grupos e mais duas com outras formações.

Santiago particpa de vários festivais de Jazz nacionais e internacionais. Durante a entrevista, ele faz questão de destacar o 1ª Congresso nacional Souza Lima de Poliritimia, organizado em parceria com a IRSA -Internacional Rhytmic Studies Association - um evento anual onde as sedes se revezam entre a America do Sul e Europa e os melhores alunos de cada país se reúnem para estudos e troca de experiências.

Cada dia de congresso é subdividido em aulas com os músicos pela manhã, palestras à tarde e apresentações com alunos e professores no período noturno. Os melhores professores da Berklee e do Souza Lima ministram cursos para os estudantes de música do mundo inteiro.

Outro festival bastante interessante, mencionado por Lupa, onde acontece revezadamente entre a Suíça e Holanda é o IASJ - International Assosciation of Schools of Jazz - onde 120 participantes desfrutam do melhor conteúdo de aulas práticas, palestras e apresentações com professores e alunos sob a Direção executiva de Walker Turkenburg e artística de Dave Liebman.

Circuito

Lupa Santiago já tocou nos projetos do SESC, SP vanguarda, onde acontece no Centro Cultural Rio Verde, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo e toca em alguns bares e espaços como Syndikat Jazz Bar e Jazz nos Fundos.

O guitarrista menciona durante a entrevista sobre o projeto música nas universidades. "Já que o universitário não vem até nós, nós vamos atrás do público" disse Santiago. Juntamente com seus grupos de música instrumental, Lupa leva o melhor da música para os ouvidos dos estudantes.

Impressões

Santiago fez pesquisas sobre o tipo de consumidor que compra seus CD's de música instrumental e detectou que 80% da venda dos discos é para o público estudante universitário de música e apenas 20% dos adultos procuram trabalhos musicais de instrumentistas. "O jazz não é como a música pop onde é possível ouvir fazendo outra atividade.É preciso parar, ouvir cada detalhe.", disse o guitarrista.

Lupa, era incentivado pelo pai a parar para ouvir música depois do almoço de domingo." Depois da refeição, meu pai fazia questão de reunir a família, colocava um LP e fazia todos ficar em silêncio e apenas ouvir a música. E hoje, com toda a fragmentação e a convergência de informações, como é possível fazer a família parar para ouvir música?", indaga Santiago.

O guitarrista é um incentivador das aulas de apreciação musical." No projeto SP Vanguarda, era permitido na primeira parte da apresentação fazer alguns comentários sobre as músicas que iriamos tocar", disse Lupa.

Assita: "Café do pié" com Lupa Santiago

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