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terça-feira, 19 de maio de 2009

Michel Leme: " eu amo fazer o que faço"

Sexta-feira, 22h30. Ao entrar na Rua das Monções , na cidade de Santo André, vejo poucas pessoas a pé,apenas automóveis, alguns ônibus e o frio intenso que tomava conta do lugar. Um pouco mais adiante,no 585, o bar Tupinikim .Estaciono o automóvel,atravesso a rua, a hotess faz a entrega da comanda, vou até o salão e me acomodo em uma mesinha, ao fundo. Minutos depois, um sujeito alto,cabeludo, chega a passos apressados, carregando amplificadores, acessórios e minutos depois, uma mulher loira com a guitarra e o celular.Uma breve descrição para o guitarrista Michel Leme, 37 anos, e 20 deles dedicados totalmente para a música profissional.
" A guitarra é o meio mais fácil que tenho para me
expressar"

Michel é pura inspiração durante as suas execuções musicais. Durante a sua apresentação no Tupinikim, o músico mostrava toda a sua habilidade com a sua guitarra, nos solos e improvisos. Não é apenas um músico que faz o "fundo musical", mas ele é a vontade, o prazer de tocar que faz pessoas frequentarem o local e nos intervalos das apresentações clientes perguntavam para o Músico:


" - Michel, você vai tocar mais?".

O músico:

"- Sim, daqui a pouco tem mais!"

Jazz & Erudito

Michel teve seu contato com o jazz aos 13 anos de idade ao assistir um programa especial na TV Cultura . Para o guitarrista, ao assistir os especiais da emissora pública foi o ponto de partida para conhecer compositores e grandes instrumentistas como Jonh Coltrane, Miles Davis e outros gabaritados do universo jazzistico.


Quando dava aulas no Conservatório Souza Lima,o guitarrista conheceu o Saxofonista David Richards e passou a conhecer mais outros compositores do jazz e começou a se apresentar no circuito de bares paulistanos.

O músico é eclético. Prefere ouvir orquestras e compositores como Stravinsky, Ravel e Béla Bartok," me interesso por coisas mais fortes e mais surpreendentes. As músicas tem que ter uma ideia", disse Michel.

Estudos

Michel estudou com Tavico, Zé Valter e Jonas Santana nos anos 90. O último passou alguns toques sobre harmonia e construção de acordes.
O guitarrista atualmente é professor e dedica três dias da semana para ministração das aulas.


Visão do profissional

Leme, diz que a música não tem preço e em vez de ignorar a arte ele prefere tocar em lugares onde há possibilidade de executar boa música. "Procuro tocar com quem acredita, pois o atual cenário é decadente e só o que nos resta a fazer", disse o músico.

O guitarrista não tem interesse em fazer música para que as pessoas consumam de maneira alienada.Ao invés de "fãs", Michel procura "apreciadores". Para ele, as corporações, gravadoras e a mídia trabalham para uma certa anestesia do gosto musical. "Elas não querem a qualidade musical, apenas uma música morna que não provoque reações", disse o músico.

"eles publicam muito pouco sobre musica instrumental", a opinião do músico sobre a mídia.

Michel é enfático em suas palavras. Disse em voz alta: " Onde não há respeito, não toco mais!". O guitarrista não tem papas na língua, é um sujeito que tem um projeto, tem vontade de levar boa música as camadas mais excluídas e acredita na divindade da música.

" A música ela pode iluminar o ambiente e despertar a consciencia das pessoas e me ensina a neutralizar as mazelas do ego", disse Michel Leme.




" Não tem preço", disse o guitarrista.





Fábio Jr.

Foi a oportunidade que Michel teve para conhecer o país, clima, uma certa mudança financeira.Com relação ao programa do cantor que ficou no ar durante o ano de 1999 na Rede Record: quando a emissora tentou diminuir a verba da banda, os músicos decidiram sair. Mas os shows com o cantor continuaram até meados de 2001.


Missão

Michel ama tocar e não quer dar a impressão que todas as pessoas são lindas e que todos os trabalhos delas são lindos. Ele só quer ser uma fonte mais limpa, alguém que possa levar boas referências músicais as novas gerações. "O músico tem que ter prazer tocando, se conscientizar e lembrar que é um ser humano antes de tudo", disse o guitarrista.

Um comentário:

  1. Muito boa a matéria!

    O Michel é mesmo uma pessoa muito intensa, e a gente vê e sente isso não só quando ele está tocando, mas sempre. É um amigo que admiro muito, um exemplo de profissionalismo e também de bom caráter. Ele realmente não tem papas na língua, e isso é excelente! Difícil encontrar tanta sinceridade em uma só pessoa.

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