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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hércules: desafios, "redes" de amigos e muita música

Sábado,13h10,avenida 9 de julho,uma importante via da capital paulista.Uma tarde de sol, com um movimento razoável na via e um prédio residencial ao lado direito.Ao entrar no apartamento, bem no andar térreo, uma sala com piano, teclado, computador e uma vista para um pequeno jardim com o movimento de carros e ônibus ao fundo. O espaço verde é a fronteira entre o barulho e o lar do pianista, tecladista Hércules Gomes.

Capixaba, da cidade de Vitória-ES, Gomes, 29 anos, recém-completados no mês de julho, conversa com a reportagem do Paulicéia do jazz sobre festivais, trabalhos, parcerias,aulas de piano e dificuldades durante os estudos de música e a sua chegada no circuito musical paulistano.

Começo

Hércules nasceu na capital do Espírito Santo, mas morou numa cidade da grande Vitória até seus 19 anos de idade. Começou a tocar piano como autodidata e depois estudou na Escola de Música do Espirito Santo (EMES) - hoje FAMES - e teve aulas particulares com Pedro Alcântara que foi o seu maior incentivador para a sua ida para São Paulo e que sempre recomendava ao pianista sobre a continuidade dos estudos em uma faculdade pública em Campinas.


Faculdade

Após a sua aprovação no vestibular, Hércules começa o seu curso universitário e muda-se para o condomínio de estudantes da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. "Se não fosse os auxílios que a UNICAMP me deu eu não teria condições pra vir estudar aqui no estado", disse Hércules.

Durante a graduação de piano, o pianista teve aula com Silvio Baroni durante três anos conta que Baroni foi um professor bastante especial por ser um incentivador com o qual aprendeu algumas técnicas bastante peculiares: "É uma técnica que valoriza a natureza da mão, o que faz qualquer passagem tornar-se muito mais natural e, consequentemente, o próprio som", disse Gomes.

Outras peças importantes durante o estudos de Hércules na graduação foram Paulo Braga e Hilton Valente (Gogô), com os quais o pianista teve a oportunidade de aprimorar mais os estudos de música popular brasileira." Foram cursos que abriram a minha cabeça", disse o pianista.


Na visão de Gomes, UNICAMP e o Conservatório de Tatuí são centros muito importantes na formação de artistas, especialmente no quesito improvisação onde é utilizado o Jazz como conceito.

Capital


Hércules viveu em Campinas durante 6 anos e se transferiu para São Paulo há 3 anos e meio.


Teve dificuldades no início para conciliar os trabalhos entre as duas cidades, mas seu ponto de partida foi conhecer os músicos na noite paulistana. Após as primeiras apresentações em alguns bares restaurantes e após participar de alguns projetos, a "rede" de amigos se ampliou o que proporcionou o estabelecimento definitivo do pianista na capital.

Além dos projetos solo, dos grupos de composições próprias, das gravações e produções, atualmente o pianista se apresenta com freqüência em vários bares da noite paulistana como o All of Jazz, o Ao Vivo Music, o Jazz nos Fundos, a Santa Clara Batataria, o Ton Ton Jazz & Music Bar e o Bar Brahma Aeroclube onde está em cartaz nos sábados de setembro e outubro com a peça “Revista de Boteco” na qual atua como produtor musical. A peça é um resgate ao teatro de revista, gênero que mais fez sucesso nos palcos brasileiros até os anos 60.



Grupos e festivais



Juntamente com o grupo Pano pra manga, Hercules participou da 25ª edição do Festival Internacional Jazz Plaza, em Havana (Cuba). Festival dirigido pelo maestro Chucho Valdés. O grupo teve seu primeiro CD gravado em 2007. Com um repertório constituído inteiro por composições próprias, o Pano pra Manga tem um estilo musical voltado para a música brasileira com influências do jazz contemporâneo em geral.


Integrando o grupo Amanajé, participou do Sixitème Festival International de Musique Universitaire de Marrakech (FIMUM 6) na cidade de Marrakech (Marrocos). O Amanajé é um grupo focado principalmente na pesquisa de ritimos brasileiros além do jazz e da música erudita contemporânea. Teve o primeiro CD gravado e lançado em 2004 e contou com participações especiais dos músicos Arismar do Espírito Santo, Sandro Haick e Michel Leme. Hoje,além da participação do pianista, o grupo é composto por: Rafael Ferreira(saxofone e flauta), Lucas Casácio (bateria) e Rodrigo Pinheiro (contrabaixo) .


Entre os principais festivais brasileiros, Hercules já se apresentou no Cascavel Jazz Festival - Cascavel -PR em 2004 e no Festival Brasil Instrumental na cidade de Tatui, em 2005 e 2008. O pianista também foi premiado em três festivais: FAMPOP, na cidade de Avaré, Americanta - na cidade de Americana e no concurso de piano Guiomar Novaes.



Produções e participações

Hércules atuou como produtor musical do espetáculo Jazz Cafe e participou de trabalhos ao lado de Sizão Machado, Wilson das Neves e Alessandro Penezzi.

O pianista também teve participações nas seguintes álbuns: Grupo Gandaiá - Brasilusões ( 2001), Alessandro Penezzi - Abismo de Rosas ( 2001), Grupo Amanajé - Amanajé ( 2004), Guto Brinholi - Pela Porta ( 2004), Eyes of Shiva - Deep ( 2006), João Mendes - Terra das Águas ( 2006) Grupo Pano pra Manga - Pano pra Manga ( 2007), Thiago Righi ( 2008), Joab Augusto - Peregrino ( 2008), dentre outros

Expectativa

Recentemente Hércules foi convidado a participar da gravação do CD do X Prêmio Art Suply, realizado anualmente pelo Conservatório Musical Beethoven. Desse trabalho nasceu o grupo Pech formado por Hércules Gomes (piano), pelo guitarrista suéco Peter Friestedt (guitarra e violão), por Edu Malta (baixo) e por Cláudio Oliveira (bateria). O CD já está em fase de prensagem e tem lançamento marcado para novembro. Outro trabalho em andamento é o disco do Venezuelano Carlos Rodrigues que será gravado na Venezuela por músicos brasileiros e que Hercules trabalha como arranjador, além do novo disco do grupo Amanajé que já está em fase de pré-produção.



Assita:
Frevo de Sá




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